domingo, 31 de julho de 2011

O índice da maldade: como um pãozinho pode afetar sua vida

   É impressionante como não tem importado muito o que você lê. Todos os jornalões bebem da mesma fonte e curtem o mesmo barato. Em se tratando de economia então, é um auê. Para eles está tudo uma beleza, nunca estivemos tão bem, economia pujante, blábláblá.
   Mas acho que falta um índice na "cesta", dos mais importantes, quiçá o mais. É o do pãozinho. Semana passada, fui com meus R$ 2 comprar os habituais dez carequinhas na padoca da esquina e voltei com oito. Por quê? "O pão aumentou, moço. Agora é 25 centavos"
   Mas o que é isso, são apenas R$ 0,05...  Mas esses cinco centavos são 22%, e essa é a linguagem que realmente importa. Seu salário aumentou tudo isso? A inflação acumulada em 12 meses foi essa? Meu Deus, o que justifica um aumento absurdo desses?
   Pode não parecer, mas isso tem influência direta na nossa vida, e não só por causa da quantidade menor de carequinhas. Acompanha o raciocínio: se o que você ganhou mês passado dava para comprar, sei lá, mil pães, e nesse só deu para 900, houve queda na renda. Agora leve isso para o transporte, habitação, lazer... tudo aumentou. E quando o seu salário aumentar, se isso acontecer, será um percentual menor. E aí chorou Bebel.
   Há muitos anos esse fenômeno ganhou um nome: ARROCHO. Pena que muita gente boa assimilou o senso comum e toma a versão oficial, de um oásis de pães quentinhos com manteiga, como a verdadeira.

sábado, 30 de julho de 2011

2D é tão ruim mesmo?

   


   Ok, podem me chamar de antiquado, de velho, o escambau de Madureira... Mas tem coisas que, francamente, não dá pra entender. Eu estava vendo ainda agora uma propaganda na televisão, que falava do super foderoso mega sistema de som dos cinemas, acho que do UCI, não lembro. Caraca,muito legal. Mas filme bom serve até mudo! Imagina, alguém precisa ver um Woody Allen em 3D IMAX? Fala sério! Tem coisas que surgem só pra sugar o nosso dinheirinho e fazer com que a gente se sinta melhor por ter gasto tanto, mesmo que seja com uma porcaria qualquer! 
   Eu digo isso porque parece que a cada dia os diretores adotam essas novas tecnologias com o propósito de mascarar a falta de conteúdo dos filmes. Quer ver? Saca, "Transformers"? Uma coisa com toda essa parafernália; outra, sem. Gente, cinema é magia, é envolvimento! E para conseguir isso, 3Ds, IMAX, Dolbys, são dispensáveis. O que não pode faltar, e isso desde sempre, é competência pra fazer um bom trabalho. 


O TWITTAÇO E A MARCHA


   Toda grande caminhada começa com o primeiro passo... O protesto deste sábado para defenestrar Ricardo Teixeira e seus Blue Caps da CBF pode não ter reunido meio bilhão de pessoas, como o apresentador da Globo afirmou sobre a audiência do sorteio das eliminatórias, mas iniciativas como essa mostram aos poderosos de plantão que eles não estão sozinhos no mundo. E que a voz do povo será ouvida, por bem ou por mal. #foraricardoteixeira


Ela se foi, mas o talento foi amplamente documentado. Essa é uma das melhores.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Shownalismo: veio pra ficar ?

Interação com o público e descontração revolucionam o jornalismo esportivo no país



Por Rodrigo Coutinho e Thiago Fidelis
Fotos: Ruy Machado


   Um novo formato de apresentação para os programas de TV vem tomando conta do noticiário esportivo. O bom humor e a interatividade com público e cenário são as características mais marcantes desse novo modelo.
   Um dos expoentes da nova geração é o jornalista Tiago Leifert, que apresenta o Globo Esporte São Paulo desde o início de 2009. Durante a Copa do Mundo, Leifert esteve à frente do Central da Copa, programa que se tornou recordista de audiência, trazendo bom humor às notícias do dia na África do Sul.
   Os telespectadores mais jovens gostaram de cara. O apresentador Alex Escobar, do Globo Esporte Rio, prevê que em breve todos se acostumarão com o novo modelo.  
   -Trabalhamos diariamente tentando agradar todas as faixas etárias, estamos tentando. Para o jovem é mais fácil entender o novo modelo. Os mais antigos demoram mais, em breve conseguiremos‘’.
   Escobar, no entanto, ressalta que há espaço para todos.
   - Acho importante aproveitar a qualidade de cada profissional no seu devido lugar. Tem cara que é ótimo para apresentar o formato antigo, isso tem que ser respeitado’’.
   Marcelo Smigol, oriundo do programa humorístico de radio Rock Bola explica que o esporte permite a descontração, ao contrário de outras áreas.
   - Esse formato mais descontraído tem tudo a ver com o esporte. Se fosse economia ou política isso não colaria. O esporte se assemelha ao entretenimento.
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Smigol e Escobar em palestra na Universidade Candido Mendes
      A interação conseguida com o público através da exploração das novas ferramentas de internet, é um dos alicerces do novo sucesso. Cléber Machado, narrador e apresentador, dá a dimensão dessa revolução, na qual o próprio telespectador produz conteúdo. Bem diferente de vinte anos atrás:
   - Eu apresentei o Globo Esporte de São Paulo nos anos 90, todos sabiam que veriam os gols da rodada no dia seguinte, hoje, o cara manda vídeo, comenta no twitter, é um modelo muito mais interativo, o torcedor se sente parte do programa ‘’.
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Para Cleber, muita coisa mudou em 20 anos
 Será, porém, que com toda a descontração e bom humor que norteiam os programas esportivos atualmente, a credibilidade é afetada? Não para Leandro Lacerda, repórter do Sistema Globo de Radio.
   - Esse formato tem que ser aprovado, é uma nova forma de fazer jornalismo. Tudo o  que você tem possibilidade de agregar valor, dar ao público uma forma diferente de abordagem em cima de assuntos que já são há muito tempo discutidos, é válido. Não acho que corra o risco de perder credibilidade, é apenas uma forma diferente de se noticiar.
   Seja como for, o jornalismo, assim como todas as áreas do conhecimento humano, não para de evoluir. E é extremamente importante que o profissional esteja atento ao que se passa à sua volta, para não perder o bonde da história. Se o novo formato vai vingar, só o tempo, cada vez mais curto, dirá.

Relembrando... UPAs: 24 horas de marketing eleitoral

Decidi postar alguns trabalhos meus para matar a saudade... Essa reportagem saiu em A NOVA DEMOCRACIA- edição de agosto de 2010. 
E apesar de soar datada, pois traz referências ao processo eleitoral do ano passado, o assunto voltou à baila depois de O GLOBO -quem diria- descer o sarrafo nas "upas de lata" de Cabral.


Centenas de pessoas esperam para serem atendidas 
na UPA do Parque Burle
Uma das principais bandeiras de campanha da gerência Sérgio Cabral, candidato a reeleição no Rio de Janeiro, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) enfrentam sérios problemas. Filas, falta de profissionais, de insumos e vigilantes fazendo a triagem dos pacientes não são incomuns nas unidades. Apesar dos milhões de reais gastos em publicidade, a fim de demonstrar eficiência e qualidade, a realidade vivida pela população é bem diferente. A lista de carências é extensa e não há expectativa de melhora da situação.
As UPAs foram criadas pela gerência Cabral no começo de sua gestão, em 2007, como promessa de solução para a superlotação das emergências dos hospitais. Em quase quatro anos, a menina dos olhos do governo passa a sofrer das mesmas deficiências que acometem as grandes emergências.
A página do Ministério da Saúde na internet explica que as UPAs são estruturas de nível intermediário entre os postos de saúde e as emergências dos hospitais. Quem organiza o atendimento e encaminha o paciente ao serviço de saúde adequado à situação é o Serviço Móvel de Urgência (SAMU).
As unidades são construídas em conteiners alugados, às vezes em terrenos também alugados, enquanto os hospitais públicos estão desmoronando, alguns sendo fechados. Ou seja, além de não ser uma “solução” definitiva, é muito lucrativa para quem vive da especulação imobiliária e locação de bens para o governo.
Na prática, entretanto, a história é bem diferente: quem depende do serviço para ser atendido enfrenta sérias dificuldades. No município do Rio de Janeiro, por exemplo, as ambulâncias não vão a locais considerados "de risco". Em bairros mais afastados da Zona Oeste, como Pedra de Guaratiba e o Conjunto Cesarão, em Santa Cruz, dificilmente se vê alguma ambulância circulando, apesar de haver UPAs na região.
A situação da região piorou um pouco no início de junho, quando a Casa de Saúde República da Croácia, em Sepetiba, fechou as portas. Agora, os moradores precisam se deslocar quase sete quilômetros para conseguir socorro. Pode não parecer muito, mas em um lugar praticamente sem transporte público, é uma eternidade.
Nos folhetos da campanha eleitoral, Cabral ressalta o “sucesso” das UPAs e afirma que devido a isso o modelo foi exportado para outros estados e até para a Argentina. O texto faz uma retrospectiva da saúde no estado antes da gestão atual. As emergências estavam sempre lotadas, os equipamentos obsoletos e as instalações em estado precário. Ainda segundo o folheto, foram atendidas mais de cinco milhões de pessoas nas UPAs, desafogando os grandes hospitais.
Nas emergências dos hospitais, no entanto, nada mudou. Quem precisa de socorro continua padecendo nas filas e correndo de um lugar para outro em busca de atendimento. Nos postos de saúde é preciso, na maioria das vezes, chegar na noite anterior para conseguir uma senha. Essas pessoas, barradas nos hospitais e nos postos de saúde, acabam procurando as UPAs, que a propaganda oficial faz parecer um oásis. Não são.
Em entrevista na inauguração da unidade do Fonseca, Zona Norte de Niterói, o secretário estadual de saúde, Sérgio Côrtes, declarou que as UPAs resolveram 99% dos casos desde que foram implantadas. Faltou dizer que este percentual se refere aos pacientes que conseguem juntar forças e esperar, e muito, pelo atendimento. 
Num domingo, 27 de junho, Maria José Furtado, 55 anos, procurou a UPA do Cesarão, Zona Oeste do Rio. Estava com fortes dores nas costas, febre alta e tosse seca, possivelmente uma pneumonia. Esperou quase duas horas para ser atendida. De tanto esperar, ficou nervosa e precisou ser medicada, pois sua pressão estava a 17 por 10. Com a pressão estabilizada, recebeu a orientação de procurar um hospital, pois na unidade não havia pneumologistas.
O próprio monopólio da imprensa no Rio é tradicionalmente governista, porém, dá sinais de que o modelo de gestão das UPAs precisa, no mínimo, ser revisto. A reportagem do jornal "O Globo" esteve no início de julho na unidade da Praça Saens Peña, na Tijuca, Zona Norte da cidade, e constatou que a sala de espera estava superlotada. Uma estudante, que procurava atendimento para a filha de um ano e sete meses, disse ter esperado mais de quatro horas pela consulta, e não havia remédio para febre.
Em entrevista ao portal de notícias r7, a pesquisadora Lígia Bahia, do Laboratório de Economia Política da Saúde (LEPS) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), contestou a preferência do governo pelas UPAs. Segundo ela, apesar de as unidades não atenderem grandes emergências, nem prestarem atendimento continuado, funcionam politicamente:
 — É uma marca de governo que vai ser muito explorada nas eleições. Uma solução improvisada e que não soluciona o principal problema da saúde no Rio, que é a falta de atendimento continuado para doenças crônicas.
Opinião parecida tem o presidente do sindicato dos médicos, Jorge Darze. Segundo ele, a prioridade deveria ser a medicina preventiva, o que não acontece atualmente:
— As UPAs não têm efeito resolutivo, apenas empurram o paciente para um outro médico ou hospital. A atual estrutura de medicina preventiva da região metropolitana do Rio só atende a 6% da população. Ou seja, pratica-se muito pouca medicina preventiva no estado, o que é um absurdo — afirma.
O governo estadual planeja inaugurar mais de 50 unidades, isso só em 2010. Haverá médicos em quantidade razoável e dispostos a receber o minguado salário que é oferecido (R$ 1.414,32  mensais por 24 horas trabalhadas em cada semana)? Não é preciso ser vidente para deduzir que a maquiagem eleitoral está para ser borrada. A saúde do Rio está envenenada pela demagogia e o oportunismo eleitoreiro.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Crack: A triste realidade

Droga está presente em todas as classes sociais; Governo se omite e sociedade encara como caso de polícia



Por: Thiago Fidelis e Felipe Carvalho



    Como acontece num navio que afunda lentamente, a água entra pelo casco, vai subindo devagar – nem tanto assim – e só causa preocupação no andar de cima quando chega ao salão nobre. Durante 25 anos o flagelo do crack tem sido negligenciado pela sociedade. No longínquo ano de 1986, a revista VEJA já fazia menção à droga, um dos assuntos em voga na campanha presidencial nos Estados Unidos, vencida por Ronald Reagan.
   Hoje, a droga afeta muito pobres e muito ricos, mas com uma diferença básica. Enquanto abastados são tratados como doentes e vítimas de uma vida de excessos, os pobres são vistos como caso de polícia.
   Cabe relembrar a origem das pedras assassinas. O crack surgiu no fim dos anos 1970 nos EUA e logo virou um sucesso comercial entre os dependentes mais pobres - pela potência e baixo preço - em relação à cocaína, droga da moda à época. Sua composição química é dar calafrios. A partir da pasta base das folhas de coca juntam-se outros produtos nocivos ao ser humano, como o ácido sulfúrico, querosene, solvente e cal virgem. Ao serem processados e misturados formam uma pasta homogênea, de um branco meio sujo, onde se concentra mais ou menos 50% de cocaína. O crack é tão perigoso quanto degradante e mortal.
   Alguns anos depois, entrou no Brasil. Em São Paulo, foi rapidamente assimilado pela população de rua. Hoje, assistimos a cenas lamentáveis na cidade mais importante do país. Verdadeiros zumbis lotando as ruas da região do centro velho. Foi referindo-se a esse lugar que surgiu a expressão cracolândia, hoje usada genericamente para se referir a lugares onde o consumo da droga é ostensivo.                                          
   No Rio de Janeiro, onde se pensava que o crack não vingaria – por acabar com a clientela, literalmente – a droga chegou e ficou. A cada ano se apreende mais. Um balanço divulgado pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) mostra que as apreensões da pedra aumentaram nos primeiros seis meses de 2010, em comparação ao mesmo período de 2009. Se há dois anos a droga representava 11,8% do total apreendido, no ano passado esse percentual subiu para 17,2%.
   
Dependente é levado à força por agentes da prefeitura (foto: Gov.Estado)
  


   Outro estudo, realizado pela Fundação Oswaldo Cruz, revela algo ainda pior: usuários de outras drogas também consomem crack. No final de 1990 o consumo não passava de 5%; Em 2010, esse percentual já era de 90%. A pesquisa revela ainda que cada vez mais crianças e adolescentes usam drogas pesadas. Dado para o qual o balanço do ISP também chamou a atenção, ao mostrar que o número de menores recolhidos aumentou 30% de um ano para outro.
    “A Cracolândia é pior que o Holocausto”. A frase é da Juíza Titular do Juizado da Infância e Juventude, Ivone Caetano, ao apoiar a decisão da Prefeitura do Rio de internar menores dependentes à força.


 Largo da Glória: Terra de Ninguém
  
    A cracolândia da Glória, Zona Sul, é outra das grandes. Quando a noite chega, dezenas de pessoas se espalham pelas praças escuras do bairro para acender os cachimbos.
   Terça feira à noite. O movimento é intenso. Em frente à Rua Santo Amaro, principal acesso à favela de mesmo nome, o vaivém de pessoas deixa claro que algo está acontecendo. De repente surgem dois homens, em estado lastimável, cantando alto, dançando no meio da rua. Quinze minutos depois, voltam a subir a Santo Amaro. É assim a noite toda.
    A 50 metros dali, ficam outros dois grupos: Um na Praça Pedro Álvares Cabral, entre o Largo e a Avenida Beira-Mar; outro, na escadaria do Outeiro da Glória, na Rua do Russel.


Bruno, drogas e abrigos


A história de Bruno (nome fictício) ilustra bem a devastação causada pelas pedras. Nós o encontramos pedindo dinheiro na Rua Silveira Martins, próximo ao metrô do Catete. Magro, razoavelmente limpo, com fome, uma camisa que um dia foi branca e um short preto dois números maior. Muito comunicativo, ele é que puxa conversa. Diz que teve sorte no dia, porque conseguiu quinze reais. Tem 14 anos e estudou até a quinta série. Há um ano, abandonou a casa do pai em Duque de Caxias, Baixada Fluminense. Tentou morar com a irmã, mas não deu certo. Hoje, mora na rua. A criatividade e a busca por drogas cada vez mais fortes o levaram a uma variante do crack: o desirée. Ou simplesmente zirrê. "Não vou te enganar não, tio. Eu uso droga às vezes, zirrê. Mas tô legal, não sou viciado não. Só crack é sinistro, mas zirrê é tranqüilo".
    O zirrê é uma mistura de crack e maconha. Tem que comprar um pouco de cada um e misturar. Normalmente se fuma como um cigarro de maconha. Alguns traficantes, para aumentar a dependência de seus clientes, fazem essa mistura na própria trouxinha. Eles nem sentem. Em pouco tempo estarão todos viciados.
   Bruno mostra uma espécie de rodo, que usa para limpar os vidros dos carros. Com o dinheiro que ganha, às vezes, compra bananada para vender nos sinais. "Isso se o choque de ordem não aparecer, né tio? Aí complica, e eu vou pro sinal limpar os vidros dos carros. A Kombi deles vem, pega a gente e joga na favela. Uma vez, tive que sair correndo, porque eu não era da área que me largaram". 
   Ser levado em uma Kombi para um lugar desconhecido não é o pior que pode acontecer a um menor de rua, como é o caso de Bruno. O inferno, segundo ele, é parar em um abrigo. "Lá é brabo, tio. Uma vez eu fui parar num abrigo lá no Tancredo Neves, perto de Santa Cruz. Os caras mais antigos batem na gente, neguinho entra pra vender droga, abusam da gente. Por isso que eu falo que eu nunca mais volto pra abrigo, nem pra clínica de recuperação". Marcamos encontro para o dia seguinte, para saber um pouco mais da vida de Bruno. Ele não apareceu mais.
    Recentemente, a Prefeitura anunciou a criação de um espaço com 25 vagas para acolhimento e recuperação de menores, aumentando para 105 o total disponível na cidade. A meta é alcançar o mágico número de 130 até julho próximo. Certamente não será suficiente.

Jacarezinho: dignidade passou longe

    Na entrada da Favela do Jacarezinho, Zona Norte, a despeito de inúmeras operações policiais, em conjunto com a Secretaria Municipal de Assistência Social, é comum ver crianças aparentando ter dez, doze anos de idade fumando. Menores cada vez menores fumando cada vez mais, acompanhadas de mulheres grávidas.
Jacarezinho: há remédio para o flagelo do crack? (Extra)
   
  De tão escandaloso, passou até na televisão. Depois desse episódio, três ações foram realizadas, e quase duzentas pessoas foram detidas. Outros tantos menores foram apreendidos. Um passeio por lá em qualquer dia e a qualquer hora, no entanto, mostra que não se resolvem problemas com canetadas.
   Nas manhãs de sábado e domingo, o cenário é ainda mais chocante: Mais de cem pessoas dormindo como animais, em meio a lixo, carros depenados e entulho de uma obra da Prefeitura. De um mês para cá, encontraram um novo abrigo: O vão de uma ponte sobre o Canal do Cunha, onde até um fogareiro foi improvisado, para os dias mais frios.  De dia, sem droga, vão tentar arrumar dinheiro ou algo que tenha valor de troca na boca, para desespero dos usuários da estação do metrô de Maria da Graça, cerca de 600 metros dali. 
  Crack e desgraça, de tanto caminhar juntos, são quase sinônimos. O drama de familiares e usuários, ocorrências policiais registradas à exaustão - quase que diariamente - e opiniões de especialistas sobre os efeitos e as conseqüências terríveis da droga podem ser resumidos em três palavras, simples e contundentes: sofrimento, degradação e morte. 
  Lamentavelmente, governantes, especialistas e homens da segurança pública fecham os olhos e não conseguem chegar a um consenso no que se refere a uma política eficaz de prevenção e repressão, numa briga desigual. De um lado, o dinamismo e o senso comercial da bandidagem; de outro, a rapidez de jabuti das autoridades. No fogo cruzado, vidas ceifadas pela droga, pelo descaso dos governantes e pela indiferença da sociedade. 


  
    

Mussum faz falta...

  Nem parece que faz 17 anos... Cacildis!

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Ah, saudade...

Hoje é aniversário de um dos maiores narradores esportivos de todos os tempos: Osmar Santos. Referência para os que amam o rádio. E a narração vibrante do "Pai da Matéria" fazia as piores peladas virarem clássicos. Mito!
Em dezembro de 1994 um terrível acidente automobilístico acabou com a carreira de Osmar, e quase lhe tira a vida. Hoje ele é artista plástico e vive bem, dentro das limitações impostas. Infelizmente não dá mais para narrar, pois a região do cérebro responsável pela fala foi severamente atingida. Mas temos a internet, que nos propicia momentos emocionantes como o gol de Basílio, na final do Paulista de 1977 entre Corinthians e Ponte Preta, que acabou com um longo jejum de títulos do Coringão.


Parabéns, mestre!

Jogo para entrar para a História...

Foto: Eliária Andrade - Ag. O Globo
... Do futebol mundial. Especialmente em um momento do esporte em que a onda é ou manter a bola até o oponente ficar com sono, ou descer o sarrafo mesmo, sem muita conversa. Parabéns Santos e Flamengo pela partida sensacional. Não é todo dia que temos um 5x4, nem é todo dia que vemos show do Ronaldinho. E como disse meu amigo Thiago Manga, os palhacinhos do Santos, com suas dancinhas e cambalhotas, de protagonistas, viraram espectadores... Ah, ia me esquecendo... e o Deivid, hein? Fez um, mas perdeu outro que, sacanagem não, até o Herrera fazia. Inacreditável, mano...  

terça-feira, 26 de julho de 2011

O Futuro de Gustavo

Gustavo: se arrependimento matasse...
O que faz um garoto de 18 anos, com um grande futuro pela frente, atleta, dar um dragon em um colega de trabalho em pleno expediente? Não há justificativas para tal. Ele deveria ter sido preso na hora, pois o fato de não ter pensado na hora da agressão não o isenta de culpa. Mas, como exigir uma resposta rápida da Lei ou de seus agentes se outros tantos casos de violência no esporte continuam sem desfecho? A impunidade é a chaga maior desse país. O problema não é a falta de leis, mas a não fiscalização e a certeza por parte de quem transgride que tudo pode acontecer, inclusive nada...

Esse cara só pode estar de brinksss...

Ui! O Neymar é nosso: questão de Estado...

Putz, não acredito! Quer dizer que o Presidente do Santos pretende pedir ajuda ao Governo Federal para manter o Neymar no Clube?
Verdade mesmo, ele falou isso no prestigiadíssimo "Às",  da Espanha. E ainda afirmou que a permanência de Neymar é questão de Estado. Louco!
Se com o garoto está sendo esse parto, imagina se fosse o Pelé, não é mesmo?
Questão de Estado, presidente, é educação, saúde, habitação... Essas coisas que, ao que parece, não importam muito ao senhor...