quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Comentários sobre coisas que saem no jornal




Vocês viram a foto do Dois Irmãos sem o Vidigal, que está na coluna do Ancelmo Gois de hoje? Uma gritaria danada sobre o preconceito do Shopping Village Mall, que estampou a foto modificada em uma área de lazer. A administração se apressou em afirmar que a culpa foi do decorador, que teria manipulado digitalmente as imagens. Ok, que falha absurda, senhor fotógrafo... Mas a administração do Village não tinha reparado no detalhe? Oh, coitados...Estou sensibilizado com o nível de conhecimento da cidade por parte dos gerentes de lá.




Um homem negro rouba uma senhora, que chama a Polícia. Os policiais saem com a senhora para tentar encontrar o bandido. Veem alguém cuja descrição bate com a fornecida pela vítima. O homem é reconhecido, detido e levado para o presídio. Tudo nos conformes? Não. O homem era inocente. A senhora que foi roubada admitiu ter se enganado e pediu desculpas. Poderia ser mais um caso para apenas contar nas estatísticas, não fosse a grande repercussão que o caso teve e o fato de o preso ser ator, com participação em novelas. Vinicius Romão ficou 16 dias preso em São Gonçalo. Obteve a liberdade, mas terá que se apresentar à justiça periodicamente. O crime cometido por ele? Ser negro em uma sociedade hipócrita, que diz que não mas é, sim, racista até a alma. A senhora se enganou, mas quem tem mesmo que se explicar é a Polícia e o Ministério Público, que permitem a prisão de inocentes baseadas em... em que, mesmo?

Foto: FIP


Manifestantes queimam jornais em manifestação contra a imprensa facista. Não se trata de provocação, apenas uma observação: Lembrei de um filme, Fahrenheit 451, sobre uma sociedade onde o pensamento crítico era suprimido e ter opiniões era considerado falta grave. A quem interessar, eis aí:


Morreu esta noite mais um dos grandes nomes do rádio brasileiro: Loureiro Neto. Veio da minha Milena uma das mais singelas e belas homenagens a ele. "Gostava da voz dele. Foi com ele que eu comecei a ouvir rádio, graças a você". Obrigado por tudo, mas, principalmente, por conquistar mais uma amante para o rádio, Loureiro! Sentiremos sua falta!


segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

"Que inferno!"

   O grito de exasperação e angústia saiu da boca do vendedor de balas no ônibus, hoje pela manhã. Da janela, a paisagem era desesperadora, confesso. Um engarrafamento monumental, cujo fim não se via. O calor, de lascar. O rapaz desistiu de esperar e desceu no meio da Presidente Vargas congestionada.

  Me identifiquei imediatamente com o sujeito. Eu também penso em levantes populares e revoluções enquanto ando de ônibus. É uma vergonha pagar três reais para andar em ônibus ridículos e superlotados, sendo tratado como gado. E ainda posso ser considerado um afortunado, já que o Metrô, trens e barcas (rs) são mais caros e conseguem ser piores. 

Não foi o de hoje. Estava pior, pode crer

   A cidade está um caos, e isso tem gerado um estresse sem precedentes nos cariocas. Uma pesquisa realizada pela UniCarioca, publicada em diversos jornais e sites mostra que 49% dos 762 entrevistados reclamam da demora excessiva em chegar a algum ponto da cidade. Quem circula por aí sabe que a coisa está muito ruim mesmo. Com as obras espalhadas pelo Rio, a mobilidade - que já era péssima - piorou. A gota d'água foi a decisão da prefeitura, que começou a desmontar o trecho da Perimetral que vai da Praça Mauá até a Av. General Justo. O Centro está impraticável, mesmo com todas as mudanças feitas para tentar destravar o tráfego.

   Por consciência ou por necessidade mesmo, o carioca tem feito a sua parte. Na semana passada, o Metrõ bateu recorde de viagens. Foram mais de 805 mil pessoas transportadas em um dia. A Supervia (hahaha) registrou aumento de 10% no fluxo de usuários. É gente demais trafegando por sistemas que, em condições normais, já beira o colapso. 

  Por enquanto, no horizonte, só se vê o mar de veículos parados, além de pessoas amontoadas em vagões de composições sem rumo. Por enquanto, tente fazer o que sugere o secretário Carlos Roberto Osório: Pense que terá uma cidade melhor no futuro. Quem sabe você não se estressa menos?

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Cansaço, cozinha e falta de educação

Meu sábado foi dividido basicamente em duas tarefas das mais nobres e honradas: dormir e cozinhar. Até ameacei fazer alguma coisa pela manhã, mas o cansaço me venceu. Acordei de novo, desta vez para almoçar, e daí me bateu uma vontade danada de fazer umas comidinhas.

Desde pequeno a cozinha me fascina. Sempre gostei de criar coisas (que nem sempre ficam boas, é verdade). Lembro que minha avó tinha um livrinho, herdado da tia Ruth, com verdadeiras preciosidades, como biscoitos de nata ou bolo Luis Felipe, ambos complicados de fazer, porém deliciosos.

Empadão de frango: é o que temos para hoje


Cozinhar, para mim, tem um efeito terapêutico. É a hora em que eu me desligo do mundo, me encontro, converso comigo mesmo. Preciso demais de momentos assim, de calma e relaxamento. Se tiver uma cervejinha, então, a coisa melhora muito. E assim foi hoje.

Falando em relaxamento, ou melhor, na falta de, hoje me dei conta de como o mundo está falando cada vez mais alto. No shopping, as pessoas não conversam mais. Quando o fazem, tem que ser como repórter no carnaval, gritando nos ouvidos do interlocutor. Que coisa estranha.

De uma maneira geral, tenho visto muito pouca civilidade nas ruas. A pessoa te dá um encontrão - mesmo sem querer -, olha para a sua cara, e vai embora. No transporte coletivo, então, é um negócio que vou te contar. Nada me deixa mais irritado do que alguém que se faz de morto para não ceder lugar a outra pessoa mais necessitada.

Triste e sintomático comportamento de uma sociedade que ridiculariza (ou desconhece) boas maneiras e vê valores na falta de educação.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Quanto tempo!

Invejosos dirão que esta foto é da época do meu último post
Caramba! Dois anos sem escrever nada nesse humilde espaço. Foi o que eu pensei uma noite dessas, naquela hora em que você se deita e repensa sua vida inteira antes de desmaiar de sono. Isso não acontece com você? Pois comigo é assim. Ando trabalhando tanto que até em pé no ônibus eu durmo. E sonho.

Outro dia eu li que escrever é uma grande forma de se libertar de si mesmo. Soa meio enigmático, mas é realmente muito bom transferir seus sentimentos para a tela ou papel. Recomendo esse exercício a todos.

Prometo estar mais presente por aqui, e convido meus amigos e leitores a usar este espaço, com amor. Afinal, nestes tempos loucos em que vivemos, nada mais importante que o amor e a tolerância. Sem mais.