quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Santa cara de pau!

A mãozinha ensina onde devemos tomar
É demais para meu juízo! É demais a inversão de valores que estamos presenciando. Como conviver com figuras como a Srta. Jaqueline e sua família de larápios sem fazer cara de nojo? O pior é que, com o espírito de autopreservação a todo vapor, seus pares a livraram de todo mal, amém...
Onde estamos nós? Já deveríamos estar nas ruas protestando contra essa sujeira. O argumento do voto consciente não cola mais, é hipócrita! De que adianta um ficha limpa no meio de 500 fichas-sujas? Ontem eu vi um outdoor convocando quem tem ficha-limpa para se candidatar. Sinceramente, temos é que pressionar este pessoal. Não dá é para esperar que eles ajam por nós, isso eles nunca farão. Desculpem o ritmo corrido e a franqueza, mas a culpa é de todos nós, que assistimos, com cara de paisagem, o circo pegar fogo, fingindo que não é com a gente.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

O que você tem feito pela mudança?

Foto: Tais Luso (taisluso.blogspot.com)
Na rua, na chuva: Fidelidade é tudo

   Há três anos, quando estourou a crise econômica, discutia-se qual seria o tipo de recessão que o mundo enfrentaria: se em forma de U, com um longo mergulho rumo ao fundo do poço, ou se em W, com uma respirada e um novo mergulho. Pois bem, ficou comprovado que o formado correto é o WWWW, com idas e vindas, um cenário de completa esquizofrenia. Agora mesmo, a agência Standard & Poor's rebaixou a classificação da economia americana, em um sinal claro de desconfiança com relação à capacidade do governo Obama de honrar seus compromissos. Se a situação persistir, o risco de que outras agências rebaixem a nota dos EUA é grande, afirmam analistas.

   Mas, espera aí, não foram essas mesmas agências que recomendaram a compra de papéis do finado Lehman Brothers? Do Citibank? Ora, façam-me o favor! 
   E aqui no Brasil, pessoas continuam dormindo nas ruas, passando fome, sendo exploradas, ganhando um salário ridículo, endividando-se ao extremo, assumindo compromissos que talvez não tenham como honrar, tudo em nome de uma falsa prosperidade, muito mais fruto do ufanismo marqueteiro que da situação econômica. Mas parece que isto não é notícia, e muito por nossa própria culpa. Afinal, estamos muito satisfeitos com nossos carnês das Casas Bahia, pagando os juros mais altos do universo, mas com a TV nova em casa.
   Minha opinião: deveríamos nos preocupar com o nosso futuro. Com educação de qualidade, transporte eficiente, governos menos perdulários e menos corruptos, alcançaríamos de verdade um papel de destaque no cenário mundial. Enquanto isso não acontece, não podemos considerar nosso país como desenvolvido. Isso é propaganda enganosa, e pagaremos o preço da irresponsabilidade -nossa e dos representantes que elegemos- se não tomarmos já uma atitude.


 

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

E o Jobim, hein?

 Cara, esse país me dá frouxos de riso... Nelson Jobim não é mais o titular da pasta da Defesa. Depois da enésima declaração esculhambando os petistas e endeusando os tucanos, a gota d'água foi a infeliz entrevista dada à "Piauí", onde ele detona a ministra Ideli Salvatti, das Relações Institucionais, chamando-a de "fraquinha" e esculacha a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, ao afirmar que ela mal conhece Brasília.




Jobim mata a cobra e mostra o pau

Tudo muito bom, tudo muito bem, mas ele falou alguma mentira? Teve coragem, em uma outra ocasião, de revelar não ter votado em Dilma. Essa, a presidente teve que engolir a seco, mas não tardaria a hora da revanche.

Fraquinha, eu? Tô chocada
  Honestamente, a atitude de Jobim se assemelha a de quem já está de saco cheio do emprego e quer sair, mas é covarde de pedir o boné. Apelou para a sinceridade e caiu. Mas não falou mentira nenhuma, convenhamos... Se Ideli fosse tão boa não teria passado seis meses como ministra da Pesca, cargo     que não "influi nem contribui". Gleisi está decolando no Paraná, mas ainda não é a raposa felpuda que a Casa Civil pede.

Preciso descobrir o que é SQN...
  
   A impressão que se tem do lado de fora do picadeiro é de que o circo começa a pegar fogo, perigosamente.


quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Coisas difíceis de entender

   Toda vez que vejo um protesto de uma categoria por melhores salários ou condições dignas de trabalho, duas coisas me ocorrem: a primeira, o argumento escapista e cínico de que os insatisfeitos já sabiam que o salário era baixo quando passaram no concurso, e por isso não têm motivos para reclamar. Este é o senso comum, e tem sido vendido por setores da mídia de uma maneira bem sutil. Um exemplo: As recentes manifestações dos bombeiros e dos professores do Rio de Janeiro. As imagens sempre acabam mostrando os grevistas como baderneiros e inimigos do bom funcionamento do sistema, como se a culpa pela situação ter chegado o ponto em que chegou fosse deles.
  A segunda, é um pouco mais complicada de entender. Que lógica existe em gastar R$ 1 bi, dinheiro público, com a "reforma" de um estádio para um evento esportivo organizado por uma entidade que quer apenas lucro, nada mais, e deixar professores e bombeiros à míngua?
  O argumento para não conceder aumento aos servidores: "Não há dinheiro, se dermos esse reajuste, o estado quebra". Para o estádio: "A copa será um sucesso, vamos terminar as obras do Maracanã antes do previsto. Investimos quase um bilhão de reais"
  Não há justificativas, senhor governador. Como um professor vai sobreviver com R$ 860 (já com o mega reajuste previsto para este ano)? Como um bombeiro vai viver com menos de mil reais?  Há condições de o governador deitar a cabecinha no travesseiro e dormir sossegado? Só se tiver licitado também a consciência para a Delta ou a EBX. O que, infelizmente é a hipótese mais provável.

Uma singela troca nas palavras faz grevistas parecerem criminosos: truque sutil 

  Francamente, quem quer mudar algo por aqui precisa repensar a estratégia. Só divulgar o que acontece não tem adiantado. É tanto escândalo que um vai encobrido o outro e as denúncias se esvaziam. É necessário uma análise mais profunda. E de um jeito que o povo consiga entender que está sendo prejudicado, e possa então se organizar. Fica a dica.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

O que eu deveria ter dito

   Minha avó. Grande figura. Ando pensando demais nos ensinamentos que ela deixou. Infelizmente a vida seguiu seu curso, e ela nos deixou no dia cinco de fevereiro do ano passado. O maior medo dela era morrer dormindo, e foi ironicamente o que aconteceu. Aquela cena jamais vai sair da minha mente. Ver o corpo de dona Raimunda ali, gelado, sentado na velha cadeira de balanço foi horrível para mim, como se eu também tivesse morrido um pouco.
   O pior da morte de um ente querido não é o fato em si, mas a burocracia burra, que faz a gente se sentir impotente diante da desgraça. É seguro funeral, remoção, certidão de óbito, sepultamento... Desgastante, física e emocionalmente.
   Pensava nos momentos de alegria que tivemos juntos, e foram muitos. Como no dia em que fomos passear  em Araruama, verdadeiro santuário para mim e meu irmão. Ou quando fomos passear de saveiro pela Baía da Ilha Grande e eu voltei com o mar dentro minha cabeça, o barulho das ondas. Teve também o aniversário de 60 anos dela, um verdadeiro festão, com toda a família reunida, do jeito que ela gostava...
   Foi muitas vezes o meu ombro amigo, quando eu sofria com a ausência do meu pai. Nas vezes em que passávamos as tardes comendo castanha de caju, que ela mesmo torrava no quintal. Foi quem me mostrou o valor do rádio, hoje tão presente na minha vida, minha paixão. Ela adorava o Paulo Giovanni, o Haroldo de Andrade e o Edmo Zarife, e aquele vozeirão dele até hoje está no meu pensamento.
   Infelizmente brigamos muito também, várias vezes, por tantas bobagens que já nem me lembro mais.  Ah, se eu pudesse apagar isso da minha mente... Depois, eu já adulto, nos acertamos. Mas com essa vida louca, tanto trabalho, filhos, não sobrou tempo para ela.
   Dona Raimunda guardava com todo o carinho as fotos dos netos e bisnetos, até uma que eu tirei de óculos quando tinha uns oito anos e achava horrível. Mas ela gostava. E sentia que ao ver aqueles momentos congelados para sempre poderia ter a ilusão de voltar no tempo, das conversas com a Dona Helena no portão de casa, ou do chá com biscoitos com a Dona Ruth, das visitas surpresa da Tia Iracema, dos momentos de descontração com o Vô Bisa, pai dela, e que ela reverenciava como um herói.
   O absurdo da situação me roubou as lágrimas naquele cinco de fevereiro. Era tanta gente chorando, alguém precisava ter a cabeça fria para resolver as coisas práticas, como eu e meu irmão fizemos. O pior para mim foi pegar a certidão de óbito e ver escrito Raimunda Albertina Gomes Fidelis. Era também um pedaço do Thiago Fidelis que morria. Escrevo hoje porque a saudade apertou, e não tenho o telefone de São Pedro para deixar um recado.