segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

"Que inferno!"

   O grito de exasperação e angústia saiu da boca do vendedor de balas no ônibus, hoje pela manhã. Da janela, a paisagem era desesperadora, confesso. Um engarrafamento monumental, cujo fim não se via. O calor, de lascar. O rapaz desistiu de esperar e desceu no meio da Presidente Vargas congestionada.

  Me identifiquei imediatamente com o sujeito. Eu também penso em levantes populares e revoluções enquanto ando de ônibus. É uma vergonha pagar três reais para andar em ônibus ridículos e superlotados, sendo tratado como gado. E ainda posso ser considerado um afortunado, já que o Metrô, trens e barcas (rs) são mais caros e conseguem ser piores. 

Não foi o de hoje. Estava pior, pode crer

   A cidade está um caos, e isso tem gerado um estresse sem precedentes nos cariocas. Uma pesquisa realizada pela UniCarioca, publicada em diversos jornais e sites mostra que 49% dos 762 entrevistados reclamam da demora excessiva em chegar a algum ponto da cidade. Quem circula por aí sabe que a coisa está muito ruim mesmo. Com as obras espalhadas pelo Rio, a mobilidade - que já era péssima - piorou. A gota d'água foi a decisão da prefeitura, que começou a desmontar o trecho da Perimetral que vai da Praça Mauá até a Av. General Justo. O Centro está impraticável, mesmo com todas as mudanças feitas para tentar destravar o tráfego.

   Por consciência ou por necessidade mesmo, o carioca tem feito a sua parte. Na semana passada, o Metrõ bateu recorde de viagens. Foram mais de 805 mil pessoas transportadas em um dia. A Supervia (hahaha) registrou aumento de 10% no fluxo de usuários. É gente demais trafegando por sistemas que, em condições normais, já beira o colapso. 

  Por enquanto, no horizonte, só se vê o mar de veículos parados, além de pessoas amontoadas em vagões de composições sem rumo. Por enquanto, tente fazer o que sugere o secretário Carlos Roberto Osório: Pense que terá uma cidade melhor no futuro. Quem sabe você não se estressa menos?

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